Nota: Esta monografia será dividida em capítulos,
mais curtos, para uma melhor leitura.
Igrejinha e cruzeirinho de Teodoro
EM BUSCA DAS ORIGENS – VII
Vou
um pouco além na busca do papel do índio
na formação da etnia brasileira, é preciso, tendo como lição o que escreveu
João Capistrano de Abreu: “A história não
é somente uma questão de fato: ela exige imaginação que penetre o motivo da
ação, que sinta a emoção já sentida, que viva o orgulho ou a humilhação já
provados. Ser desapaixonado é perder alguma verdade vital do fato; é impedir
reviver a emoção e o pensamento dos que lutaram, trabalharam e pensaram”. E
sobre a Colônia: “Não era conquista só o que
interessava: não era só a coisa, era o espírito da coisa”
Impossível me foi mergulhar mais na
história do índio brasileiro. E não pouco
foram as razões, elencadas entre elas o fato de eu não ser acadêmico em
História, de não dispor de mais material para pesquisas, não tendo
disponibilidade econômica para empreender pesquisas alhures, restringindo-me às
bibliografias disponíveis – os autores citados neste trabalho. Restam-me na
empreitada as emoções e sentimentos com a atenção voltada ao pensamento e ações
dos que viveram os tempos inaugurais do nosso Brasil.
João Ribeiro, no livro História do
Brasil, mergulhando no continente bravio, inteiramente desconhecido, reproduziu
a primeira descrição feita sobre os índios nele encontrados pelo escrivão da
armada de Pedro Álvares Cabral, com admirável sensibilidade: “A feição dos índios é serem pardos, à
maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes bem feitos”. Uma
descrição pictórica que nos traz a imagem
dos nossos índios, belos, sem dúvida.
João Ribeiro registra que um grupo de indígenas esteve à bordo da nave
de Cabral, onde não foram entendidos pelos intérpretes, mas deixaram excelente impressão pela doçura de
índole e pela inocência de suas maneiras primitivas.
Boris Fausto (História do Brasil) vai
um pouco além descrevendo o encontro após a descoberta: “Quando chegaram à terra que viria ser o Brasil, encontraram um
população ameríndia bastante homogênea em termos culturais e linguísticas
distribuídos ao longo da costa e na
beira dos rios Paraná-Paraguai.
Em pouco o cenário iria se
transformar à medida que o português foi ocupando a Colônia e pela presença de
piratas, de franceses, espanhóis e
holandeses cobiçando as riquezas da terra descoberta. O novo cenário foi
envolvendo os índios em diversos episódios formando alianças com os invasores,
rebelando-se contra os colonos, guerreando-se entre eles mesmos – tupis e tapuias,
principalmente. Chegou-se à era dos conflitos.