sábado, 22 de janeiro de 2022

QUEM É QUE ME TOCOU?



Despretensiosamente, dias atrás, dei-me com uma passagem bíblica que me emocionou muito e, de imediato, levou-me a algumas digressões. A frase  está em citação de Lucas, 8: 45-46. Narra um fato singelo, se não tomado em sua extensão. Uma pobre mulher que padecia de um mal incurável, fluxo de sangue, que não encontrara cura com médicos, tendo esgotado todos seus recursos. Soube ela da passagem de Jesus  onde ela morava e o viu, meio a enorme turba, passando pelo caminho. Com esforço aproximou-se dele. E o que fez? Tocou-lhe, com um dedo, o manto e, imediatamente curou-se do mal. Jesus percebeu e disse: “Alguém me tocou: porque eu conheci que de mim saía uma virtude”. Ninguém pôde respondê-lo e ele insistiu. Nisto a mulher se aproximou e postou de joelhos aos seus pés e se desculpou. Jesus, complacente, a ela dirigiu: “Filha a tua fé te salvou: vai-te em paz”.

            Esplendor de duas virtudes pregadas por São Paulo: fé e caridade. Deu-me a consistência do entendimento da missão de Jesus na terra: a Luz, a misericórdia de Deus revelando Seu amor aos homens. Tão excepcional foi o fervor daquela mulher acreditando que com um simples toque no manto de Jesus seria curada; e Jesus, ao sentir a virtude desprendida dele: a caridade. O amor que resume inteiramente a doutrina de Cristo. Que melhor poderíamos ter buscando Jesus?

            Nada mais precisaria ser dito. Mas refleti: não estamos vivendo um tempo em que se faz necessário ressaltar a presença de Jesus iluminando nossa seara? Nisso, lembrei-me de uma pregação do padre Leo (um santo homem) inspirado em Colossenses, concitando-nos: buscai as coisas que são lá de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. “Cuidai das coisas lá de cima, não nas coisas que há sobre a terra”.

            Então encontramos força, especialmente em espírito – pois é através dele que podemos chegar ao Pai, não em matéria. “Encontrar uma meta e manter o passo firme em direção às coisas que estão no Alto é próprio daqueles que sabem superar os desafios e que não se deixam abater diante das dificuldades. Para aqueles que não querem parar nem desanimar diante dos problemas, é preciso continuar!” – Pe. Leo.

            O que vamos levar carimbado, em nossa vida na terra, para depositar aos pés do Criador como legado de uma vida que se passou, da qual nada fica para merecer refrigério na vida espiritual? Tenho  certeza, como tantos brasileiros, sem querer fazer qualquer juízo, mas na reflexão do que vejo e sinto, que  em nosso sofrido País, muitos políticos e magistrados  estão agarrados aos bens temporais, carimbando o perverso que, certamente, não serão propícios ao Criador. Serviria de consolo? Não, seria de imensa tristeza.

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